As armas do guerreiro

Estou muito feliz porque o Alan (Alan Thomas, da APTProWristStraps), meu patrocinador, está me enviando uma tonelada de faixas novas para joelho e punho. Acho que de todos os equipamentos que possuo, aquele de que tenho mais ciúmes são minhas Blue Powers de joelho. O problema é que são realmente melhores do que as Titans e Inzers, e todos me pedem emprestado em campeonato. Sinto cada vez mais que NÃO quero emprestar, mas tenho vergonha de admitir. Comprei um par de faixas nacionais, com as quais não me dei bem, para oferecer a quem pedisse, mas não adianta: as pessoas querem minha Blue Power. Tenho outra, uma ZRV Pro Knee também (da APT), mas o carry-over (carga adicional) da Blue é maior e ela é mais confortável.

Um dia, conversando com a Mel, minha filha, que pratica Kung-fu, falei sobre esse meu ciúme da faixa e agora também das minhas camisas. Não estou mais curtindo emprestar camisa.

Ela então me explicou a ética das armas de um guerreiro. Ninguém TOCA nas armas de um guerreiro. Existem rituais de limpeza para apropriação da arma (quando a arma passa a pertencer àquele guerreiro em especial) e de re-apropriação (quando alguém toca na arma). Não é para emprestar! A analogia é óbvia: minhas faixas, camisas e cinto são minhas armas, pois o esporte é uma guerra simbólica – seja contra limites de excelência, seja contra nossos próprios limites ou seja contra adversários. Como nas armas dos samurais, nos meus equipamentos está impressa minha identidade, minha alma, minha energia ou sei lá que que se imprime em objetos com os quais temos relações muito íntimas e carregadas de emoção.

Agora me sinto moralmente mais em paz com meu ciúme de trecos.

 

Marilia

BodyStuff

 

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