Crowdfunding: eu apoio, tu apóias, nós apoiamos – o projeto “Força para a Força”

O que é Crowdfunding? A gente também não sabia. Nem eu, nem o Diego. Foi então que o Laerte, meu irmão, me disse que a captação de recursos que o Rafa (meu sobrinho) fez para o projeto “Beijo Adolescente” foi com este recurso.

A plataforma que ele utilizou foi o Catarse.me – e por isso foi que a escolhemos para o nosso projeto, o “Força para a Força” (entre no link, entenda nosso projeto).

Crowdfunding é um sistema no qual um projeto qualquer se financia a partir da contribuição de base de uma comunidade de apoiadores. Os primeiros projetos foram artísticos. Em 1997, os fãs da banda de rock Marillion conseguiram captar US$60 mil para financiar uma tournê. O sucesso de uma comunidade de apoiadores em viabilizar um projeto acabou por profissionalizar o processo e inúmeras plataformas digitais de captação de recursos de apoiadores foram desenvolvidas.

Aqui você pode comparar algumas.

Existem dois modelos básicos: o projeto estabelece uma meta financeira que deve ser cumprida num determinado tempo e, caso não cumpra, perde tudo. Os recursos captados são devolvidos aos apoiadores. O outro modelo permite que o projeto retenha os recursos, ainda que a meta não tenha sido integralmente cumprida, em geral sendo penalizado com uma taxa mais elevada pela empresa que mantém a plataforma.

As plataformas facilitam a captação de recurso gerenciando todo o processo de organização do projeto, exposição e pagamento por parte dos apoiadores.

Hoje esta forma de captação de recursos é ainda utilizada mais para viabilizar projetos artísticos que esbarram nas dificuldades tradicionais do campo, como burocracia, dificuldade no acesso a patrocinadores e investidores tradicionais, jogos de interesses, etc. Crowdfunding tem sido utilizado com sucesso também para startups e iniciativas corporativas inovadoras, de pequeno porte. Finalmente, a filantropia entrou com tudo no crowdfunding.

No esporte, Crowdfunding é uma novidade. Descobri as seguintes plataformas:

Sportfunder

ISupportSports

Sponsor Space –  (um misto de interface com patrocinadores e crowdfunding)

ThrillPledge

Nós escolhemos começar pelo conhecido, que é onde vimos um projeto deslanchar. Criamos nosso projeto no Catarse.me, a maior plataforma brasileira de crowdfunding.

Nossa experiência neste primeiro dia de projeto no ar foi incrivelmente educativa e interessante. Em primeiro lugar, é antes de mais nada um processo de auto-patrocínio e troca. Não há nada de caridade no crowdfunding bem sucedido: examinando todos os projetos, observei que aqueles que atingem as metas são os que :

  1. Oferecem contra-partidas mais atraentes
  2. São melhor trabalhados nas redes de relacionamento dos proponentes
  3. São mais persuasivos quanto à sua importância

Fomos bem assessorados pela equipe do Catarse. O primeiro vídeo que fizemos ficou ruim: longo e sem objetividade. O pessoal do Catarse apontou os problemas e fizemos outro.

Cá para nós, vídeo não é bem a nossa praia: nem minha, nem do Diego. Mas texto, definitivamente é a minha praia. Minhíssima. Então o segundo, quadradinho e seguindo um roteiro, foi fácil. Os textos foram tranquilíssimos.

Criamos contra-partidas irresistíveis: são exatamente o que todo mundo me pede o tempo todo.

Acredito que o caminho seja este: o de mostrar que o apoiador não está apoiando por ideologia e sim porque o retorno é dele de forma imediata e também indireta. Oferecer como contra-partida, como vi alguns projetos, simplesmente um agradecimento “caloroso” ou o nome numa página do site do projeto é inócuo.

Ou seja: para ser bem sucedido na captação de recursos em crowdfunding é preciso trabalhar muito, mas muito mesmo.

Mas já no primeiro dia tivemos sete apoiadores.

O que posso dizer é que este caminho parece promissor em todos os sentidos, mas principalmente em apontar um formato de viabilização de alta performance esportiva ainda não visto por estas bandas, onde o atleta se viabiliza sem se submeter à tradicional relação humilhante com os patrocinadores xucros, autoritários e empresarialmente míopes deste país (com raras exceções, como os que nos apoiaram até hoje), e sem colocar a mão no próprio bolso, o que é muito injusto dado o retorno que sua performance tem em ondas de impacto direto e indireto.

Vamos ver.

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