A covardia do anonimato

Eu vi uma coisa agora que me chocou. Os amigos dirão que eu não deveria dar bola para o que vejo na Internet e que a rede é um convite a ações covardes sob a proteção do anonimato. De fato, tive oportunidade de pesquisar o fenômeno do trolling e não me afeta mais do que outras formas de violência obsessiva.

Este foi um ataque a um grupo com o qual eu tenho minhas divergências, a IPF (International Powerlifting Federation), mais especificamente sua filial brasileira. Era um vídeo que deve ter ocupado algumas horas de trabalho do troll onde um dirigente era igualado a Hitler.

Eu acho isso inaceitável. Ou defendemos a civilização, ou a barbárie. Qualquer divergência deve ser civilizadamente explicitada e os argumentos alinhados. Acusar algo ou alguém de nazista requer argumentação sólida. Não é assunto para brincadeiras.

Quem fez o vídeo é um covarde, que se escondeu sob o anonimato de um Nickname fake.

Isso NÃO é engraçado. Xingamentos e acusações covardes NÃO são engraçadas, os conflitos da governança esportiva NÃO são temas para piadas ou avacalhação e desqualificar o interlocutor NÃO faz avançar o diálogo ou resolver problema algum.

Além de tudo, antipatizar com um dirigente não autoriza desqualificar a organização, pois dessa maneira se ofende toda uma comunidade de praticantes.

Governança esportiva, modelos institucionais, relações de poder, opressão de gênero, uso de substâncias ergogênicas, uso de equipamento suporte – nada disso é tema para avacalhação. São coisas sérias, que devem ser discutidas seriamente e com respeito.

Acho perfeitamente válido denunciar atos de violência, chantagem, assédio ou seja lá a forma de coerção que for. Válido e necessário. Tudo, porém com seriedade. Quanto mais séria a coisa, mais seriedade se requer de quem denuncia.

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