Anderson Silva nocauteado pela indústria do entretenimento

Acredito que estamos vendo mais uma ilustração da perversão que a indústria do entretenimento faz no esporte. Para a maioria aqui, essa frase não fará sentido: quase todos vocês só conhecem o esporte profissional sob o reinado desta indústria. Porém, esta associação econômica, como todo fenômeno e instituição social, tem história. A maioria das modalidades esportivas populares e/ou profissionais é parte esporte, parte entretenimento. Quando a parte entretenimento ganha da parte esporte, o atleta é transformado em quê? Em SHOW MAN. Entertainer. Na ponta oposta do continuum de valores estão as artes marciais de caráter monástico, hierárquico e esotéricas. Quando o divórcio entre uma e outra é completo, o resultado é este. Me pergunto se Anderson Silva teve qualquer outra opção se não a de desempenhar o papel para o qual foi pago. Não, não acho que ele entregou a luta. Acho que isso foi um episódio muito bem sucedido de entretenimento para a indústria e infeliz para o showman Silva. Meu horror maior é a confirmação desta tese, sob os gritos nacionalistas de fundo “USA, USA…”, “Brasil, Brasil…”. Por isso me apaixonei pelo moto da Strength Alliance: NO IDOLS, NO HEROES, NO LEADERS – JUST PURE INNER STRENGTH. Isso é esporte: o resto é indústria. Continuo sendo essa velha loba anarquista que pode perder os pelos, mas os dentes, jamais.

 

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