Chegamos a 20% – o número que permite sonhar (projeto “Força para a Força”)

Chegamos a 20%. Passamos um pouco, na verdade. Isso aconteceu depois de uma contribuição crucial. Uma amiga pessoal.

Não veio do mundo dos esportes: veio do mais indiscutível nicho dos produtores culturais. O apoio da Lúcia teve mil sentidos.

Foi o ponto da virada, o “turning point”, aquele depois do qual é possível nutrir esperança calcada em fatos e números.

Foi o ponto de convecção que demonstra que cultura é uma coisa só, que as categorias que criamos são produtos de exclusões e auto-exclusões que tão arbitrariamente como construímos, podemos desconstruir.

Afinal, onde está a fronteira entre a ciência e a literatura? Entre a ficção e a não-ficção? Dança e ginástica artística, esporte ou arte? Eu classifico o que eu faço como arte, a arte efêmera e transcendente do levantamento do peso. Pode? Sim? Não?

Nós produtores disso tudo, somos os construtores do acervo cultural da humanidade. Esse acervo pertence a todos e estamos em um momento efervecente de nos apropriar do que já é nosso.

Hoje é dia 16 de janeiro, cinco dias depois da morte mais trágica dos últimos tempos. Morreu Aaron Swartz, a mente brilhante que sonhou, projetou e construiu um futuro de partilha do acervo cultural da civilização. Morreu vitimado pelo bullying governamental à serviço das corporações, no caso, as grandes editoras.

Aaron foi um dos arquitetos originais do movimento do Creative Commons, movimento dos produtores culturais para dar acesso aberto à sua obra sem os intermediários que lucram sobre quem consome e quem cria.

Está na hora de ir fundo nessa revolução. Está na hora de confrontar os poderes burocráticos controladores da nossa produção. De ter meios de nos viabilizar como produtores, de compartilhar nossa arte/ciência/literatura/arte e dizer não à ditadura dos antigos tomadores de decisão.

Tomemos nas mãos nosso próprio processo. Viabilizemos nosso fazer cultural. Provemos a eles que não precisamos nos ajoelhar, nem tampouco ficar de quatro para receber esmolas que nos garantam a identidade.

Para isso tudo precisamos uns dos outros.

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