Eu sou o Angeli, você é o Angeli, nós todos somos o Angeli

Houve um “Roda Viva” com o meu irmão, Laerte, onde, entre outros comentadores, estava o Angeli. Todo mundo tinha coisas incríveis para falar e o mediador, naturalmente, mediava.

Num certo momento o Angeli pediu:

– posso falar?…

Não deu, tinha mais alguém falando, ele esperou e pediu de novo (não sei se foi bem assim, mas é assim que eu lembro):

– posso falar?…

Finalmente deram a palavra a ele.

– … ah, tá vendo, esqueci…

Eu ri, todo mundo riu.

Hoje, dirigindo para cá (estou no consultório do João, meu psicólogo), me dei conta de que eu sou o Angeli. Tenho momentos de “… putz, que grande idéia! Qual mesmo? Esqueci…” o tempo inteiro.

Amigos muito (mas muito mesmo) mais jovens que eu contam que têm isso toda hora. Toda hora? Meu deus! Será que a poluição, a comida contaminada por organofosforados, o stress ou algum outro suspeito de costume pode ser a causa do que parece uma epidemia de idéias fugidias? Ou de mentes que não as retém?

Não sei. Dei um google em “why can’t we grasp the insights we have”. Nada. Nada agora, em dois minutos de sala de espera.

Sei que saindo daqui eu vou voltar e escarafunchar a rede atrás disso. Pelo menos essa idéia eu não perdi no ventinho do ar condicionado: a tese de que grandes insights são perdidos em taxas astronomicamente altas o tempo todo, por todo mundo capaz de ter grandes insights.

Posso estar totalmente errada, os insights podem ser nada mais do que idéias bobas, mas não é uma perspectiva interessante?

Enquanto isso, continuo achando que eu, você e todo mundo somos o Angeli.

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