A desvalorização do profissional do treinamento de força na área da atividade física

MERCADO OU PRECONCEITO?

Embora todos cumpram com a exigência de comprovar a conclusão do curso superior em educação física, embora a jornada de trabalho seja igual e os alunos os mesmos, as médias salariais dos professores de ginástica e dos professores de musculação em academias são muito diferentes. Sem muita insistência, só para tentar entender o que se passava, tentei obter dados por e-mail de algumas academias, mas não deu muito certo. Consegui uma informação bem obsoleta, de cinco anos atrás, e, portanto, que não deve ser considerada em termos de valores absolutos. A RELAÇÃO entre os valores de remuneração dos dois grupos de profissionais, no entanto, é válida: atividades em sala de aula pagavam de R$15,00 a R$25,00 a hora-aula, enquanto musculação pagava de R$4,00 a R$15,00.
Numa economia de mercado, as diferenças salariais entre categorias do mesmo nível de formação profissional estão relacionadas, em geral, a diferenças na demanda ou na importância do cargo na cadeia produtiva. Assim, a média salarial dos engenheiros eletrônicos é maior do que a dos engenheiros mecânicos.
Um dos e-mails que eu recebi de um dono de academia explicava que existe, sim, maior demanda pelos profissionais de sala de aula, mas nunca consegui obter números para isso. Outro dono de academia me explicou que o gasto dos professores de sala de aula com equipamento é maior, portanto, devem ser mais remunerados. Finalmente, recebi até a justificativa de que esses profissionais precisam de mais calorias (comer mais!).
O fato é que não encontrei a tal relação que explicaria, sob o ponto de vista mercadológico, essa menor remuneração dos profissionais ligados à musculação. Considerando a linha de argumentação que tenho adotado até aqui, não me parece absurdo coogitar que essa seja mais uma instância de negligência ou desvalorização dessa modalidade de atividade física, desvalorização essa que eu venho apontando em artigos anteriores.

Marilia


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