Perfil de um parasita esportivo brasileiro genérico

Nome: Fulano de Tal

Nascimento: País de tradição autoritária e patrimonialista

Residência: no mesmo, em alguma cidade do interior ou periferia de grande cidade

Profissão: proprietário de alguma empresa laranja, funcionário público em pequeno órgão da prefeitura, advogado pouco praticante, administrador genérico

Ocupação: alguma ocupação pouco definida, treinador ou outra, dono de academia. De fato, é organizador de eventos e administrador profissional do esporte

Estado civil: casado, por definição

Religião: alguma, professada publicamente

Expressão pública (ideológica, política, moral): tendendo ao conservador, sem exageros. Em geral, misógino

Histórico:

– origem difícil, família desestruturada, grandes dificuldades financeiras e sociais. Na dura luta pela sobrevivência, identifica o esporte (luta, peso, etc) como alternativa para administrar bullying e outras ameaças de violência. Descobre também pequenas e talvez grandes formas de delinqüência, mas nenhuma que se torne profissionalmente relevante ou o leve para a prisão (ou clandestinidade) por longos períodos.

– não se destaca como atleta como gostaria, mas identifica na população de praticantes, em seu oportunismo e falta de formação esportiva, bem como nas oportunidades de parcerias de maior ou menor informalidade, uma fonte de receita de duas a muitas vezes maior do que a que pode conseguir com qualquer ocupação formal

Perfil comportamental:

– intelectualmente medíocre. Nunca se destacou em nada exceto na grande habilidade em negociação e identificação de interesses

– formação acadêmica inexistente ou precária

– alta inteligência emocional. Tem consciência plena sobre suas deficiências educacionais e mediocridade esportiva. Também tem segurança sobre sua habilidade acima da média para negociações complexas no campo da interface entre economia informal e organismos governamentais

– representa alguma ou algumas organizações oficiais internacionais

De 70-100% de sua renda é proviniente de:

– achaque a eventos: cobra um valor estipulado para “sancionar” eventos esportivos de qualquer tipo. Se for necessário, para não correr riscos perante a matriz, destrói ou alega ter perdido os resultados do mesmo. Esse valor deve cobrir pelo menos 40% das despesas domésticas fixas, daí o grande número de eventos anuais

– qualquer apoio de sua parte tem um preço estipulado segundo os valores anteriores

– se há algum exame anti-doping, esta é outra fonte relevante de receita. Cada anti-doping negativado em território nacional tem um preço entre 10-50% do valor do achaque regional; anti-dopings internacionais podem atingir até 5 mil dólares, além de transporte, estadia e alimentação

– bolsa-atleta: o achaque pode ser de uma única vez ou percentuais incidentes por toda a vigência do benefício. Se for uma vez, em geral corresponde ao montante da primeira parcela da bolsa. Se for incidente por toda a vigência do benefício, varia de 10-50% do valor da bolsa

– taxas de organização de eventos

– taxas sobre a organização de eventos apoiados

– venda de substâncias ergogênicas ilegais relacionadas ao esporte (opcional)

No contexto nacional, são delinqüentes de pequeno porte. O dano maior que podem causar incide sobre a vida de quem não identifica a ocupação destes indivíduos e seu pragmatismo. Alguns podem ter perfil de personalidade psicopata, mas não é regra nem tampouco requisito. A empatia de todos eles é baixa ou inexistente quando se trata de “negócios”. Mesmo assim, podem ter afetividade sem grande comprometimento óbvio.

Quando se trata de negócios, como dito, não há empatia. Indivíduos não familiarizados com a “economia informal da delinqüência” não devem  interagir com eles. São sempre indivíduos com capacidade manipulativa muito acima da média e qualquer pessoa é uma ferramenta potencial na busca de seus objetivos (ausência de empatia).

Nestas condições, podem causar desastres irreversíveis nas vidas alheias. Em outras circunstâncias, são indivíduos perfeitamente agradáveis.

Mentem com competência altíssima. Indivíduos não habilitados profissionalmente na identificação de mentiras não as identificam neles. O baixo grau de compromisso com a realidade faz com que, entre outros, consigam criar intrigas complexas e controlar sua dinâmica. O impacto das mesmas tende a ser irreversível.

 

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