Nós por nós mesmos: um projeto para a cultura da força no Brasil

Quero apresentar aqui o projeto “Nós por nós mesmos”, inaugurado com a entrevista, em 7 partes, com aquele que é a pedra fundamental dos esportes e do treinamento de força no Brasil: Eugênio Koprowski.

Nesta entrevista, pedimos a Eugênio para falar de si mesmo: desde sua infância até hoje, explicando as passagens que definiram a História do esporte no Brasil (e, portanto, a História do país), a minha história, a sua história e a história de tanta gente.

O projeto é um sonho antigo que eu tenho de construir um acervo de história oral dos esportes de força no Brasil. Comecei pensando em gravar as falas e mandar transcrever, como foram os projetos que eu coordenei na USP na história da medicina. Durante três anos tentei diversas vias, mas nenhuma deu frutos.

Finalmente encontrei o Eduardo Saigh, um profissional completamente trans-disciplinar, vindo da Publicidade e Marketing através da grande ESPM mas com uma visão histórica precisa e uma perspectiva sobre o papel de líderes e personalidades na formação do campo esportivo que ninguém que eu conheci tinha. Além disso, Edu é um apaixonado pela força, um atleta e dividia comigo esta fértil ambivalência de olhar o mesmo objeto por dentro e por fora.

Nasceu daí o projeto “Nós por nós mesmos”: um projeto de história, jornalismo e narrativa sobre os esportes de força onde narradores e coordenadores são atletas. Do ponto de vista etnográfico, não há como ser mais perfeito: temos uma professora doutora com sólida formação metodológica em pesquisa qualitativa nas ciências sociais – eu, que reivindico isso sem a menor modéstia depois de anos desenvolvendo e ensinando metodologia – e um especialista em desenvolvimento humano, ambos atletas. É a observação mais participantes que poderia ser feita.

O projeto caminha inicialmente por aqueles que têm a memória da formação dos esportes de força para entregar ao país e ao mundo um registro documental que não existia. Existiam narrativas soltas, mas não um registro documental. Agora teremos. Nós, e mais muito pouca gente, temos a metodologia e o conhecimento para produzir este material.

Temos uma lista de personagens importantes da história destes esportes que será seguida segundo um critério em parte de antiguidade e de oportunidade: temos que colher os dados onde eles estiverem prontos para serem colhidos.

Em seguida vamos colher as histórias de quem ofereça uma narrativa determinante para o entendimento destes esportes: gente pioneira, gente que viveu experiências-chave que mudaram os rumos de alguma prática e assim por diante.

O projeto “Nós por nós mesmos” tem um começo e este nunca foi sequer discutido: Eugênio Koprowski. No entanto, ele não tem um fim. Seu desenvolvimento e evolução serão determinados pelos passos seguintes.

Estamos contando uma história que está sendo feita, e isso é incrivelmente excitante!

 

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