Virose, fraqueza e a sensação de morte

Ontem finalmente a virose incubada por uma semana aflorou. Acredito que tenha sido uma combinação de má alimentação, duas fontes de stress profissional, uma BEM grande, e duas sessões de treino pesado na quarta-feira. Batata: na quinta amanheci mal, fui piorando e foi rápido. Me dei conta de que precisava comer, fui até a pracinha, senti arrepios, muita tontura e depois de comer fui à farmácia medir temperatura e pressão. Febre, pressão muito baixa, tontura piorando. Laerte, meu irmão, me levou ao Hospital São Luiz, onde mais uma vez fui excepcionalmente bem-tratada. Não é dengue, mas é uma virose. Dr. Otávio falou que não ser dengue não significa que é melhor nem pior: é para cuidar, mas que eu vou poder participar do Campeonato Paulista no outro fim-de-semana numa boa.

O mais bizarro desta situação para mim é minha sensação subjetiva: meu limiar de dor é muito alto, sou altamente resistente. Não tenho medo de morrer. Mas a sensação de estar “indo embora”, a visão ficando dupla e esquisita, tontura, corpo fora de controle e dor de cabeça me deram a idéia de que eu estava morrendo. Não tenho febre há dez anos, não tenho dor de cabeça há 5 anos. Tonturas, eu curo com dextrose e potássio. Não tenho frescura.

Só que ontem achei que já era: o corpo estava, finalmente, fora do meu controle. Liguei para meu irmão e pedi ajuda. Liguei para o Gilson e avisei para que “qualquer coisa”, para ele ligar para o Laerte. Liguei para o cara com quem estou me envolvendo e comuniquei algo como “mensagens finais”, tipo: “não estou fugindo de você e só quero dizer que saindo dessa é realmente com você que quero ficar”.

Hoje me sinto ridícula de ter feito isso por uma virose, mas, pensando bem, há algo de sério nisso tudo. Sim, tenho uma enorme resistência à dor; à frustração; à violência. Mas não à fraqueza! Tenho horror de me sentir fraca, em qualquer sentido.

A incapacidade de reagir, à altura, às coisas e ataques é, talvez, meu pior pesadelo.

 

Marilia

BodyStuff

 

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