Você está pronto? Talento, preparação e prontidão competitiva (parte 1 de 4)

(parte 1 – parte 2parte 3parte 4)

O que determina o sucesso competitivo?

Estamos acostumados a uma resposta para isso: talento. Em todas as atividades concorrenciais, costuma-se associar o sucesso a alguma qualidade inerente ao indivíduo que determina sua superioridade em relação aos demais. Algumas pessoas teriam nascido diferenciadas e é isso que garante seu sucesso.

Essa discussão é particularmente relevante no esporte, mas vale para qualquer atividade onde haja habilidades em jogo que sejam colocadas em cheque num determinado momento (“prova de performance”).

Por isso mesmo, vamos usar o exemplo de outra atividade não esportiva para entender o sucesso competitivo.

Pensem no vestibular, por exemplo: milhares de indivíduos que tenham terminado o segundo grau reivindicam uma vaga nas universidades. Quanto mais valorizado o curso almejado, maior a proporção candidato/vaga. Cada um chega ali com suas qualidades próprias desenvolvidas ao longo da vida, um certo preparo para a prova e sentam-se para responder perguntas por quatro dias e depois mais um (FUVEST). O que determina seu ingresso na universidade?

“Ela é extremamente inteligente”, vamos ouvir.

“Ele estava mal preparado”, também ouviremos.

“Ele surtou no dia”. Essa constatação, mais rara, traz à luz de maneira dramática uma outra variável do sucesso competitivo. Nesse caso, mesmo inteligente, culto e bem preparado, o candidato pode muito bem ser reprovado no vestibular.

Uma competição é uma prova de performance. Neste tipo de atividade o candidato (“competidor”) é testado quanto aos requisitos daquela atividade qualificada numa data estipulada, condições pré-estabelecidas e critérios de julgamento. De uma maneira direta ou indireta, o candidato/competidor concorre contra outros, estejam eles presentes na mesma ocasião ou não.

O sucesso numa prova de performance não depende apenas de capacidades que o indivíduo tem e desenvolve. Sob o guarda-chuva genérico de “preparação” estão alguns dos elementos comercialmente mais relevantes do sucesso em provas de performance. No nosso exemplo dos candidados da FUVEST, a preparação é a formação acadêmica. Por mais inteligente que seja o candidato, sua reprovação é certa caso ele não seja preparado academicamente para aquela prova específica.

Às vésperas do exame, espera-se que o candidato tenha frequentado uma escola que o tenha exposto a desafios semelhantes ao que encontrará no vestibular. Sem este “ensaio” do que será testado na prova de performance não existe performance. A prova de performance, por definição, não testa nada novo no repertório de habilidades do candidato.

Finalmente, o candidato tem que ter certas habilidades cognitivas e emocionais para administrar a própria prova de performance. Quanto mais dura é a concorrência na prova de performance, mais equiparados estarão os candidatos quanto ao talento e preparação. Nestas condições, mais determinante será a PRONTIDÃO COMPETITIVA, que são estas habilidades empregadas estrategicamente no momento da prova.

… continua

 

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